A identidade visual de um álbum é parte fundamental para que o trabalho final conquiste o sucesso merecido e seja inesquecível para quem o comprou e ouviu. Com “Estandarte”, lançado pelo Skank em 2008, não poderia ser diferente! Todo o material que ilustra o álbum foi cuidadosamente criado pelo artista plástico Rafael Silveira, que tem muito talento no currículo e inaugurou uma nova exposição na Galeria Choque Cultural (www.choquecultural.com.br), em São Paulo.
Com grandes referências do surrealismo e comix das décadas de 50 e 60, Rafael faz pintura a óleo figurativa desde 2004 e já teve seus trabalhos expostos em galerias dos principais centros brasileiros e também dos EUA. Além disso, teve o livro “Mulheres, Chapéus Voadores e Outras Coisas Legais” lançado pela editora Arte e Letra com a compilação de seus melhores trabalhos. Após assinar as pinturas de “Estandarte”, lançou seu segundo livro, “Pop Surreal”.
Na exposição “Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas”, os visitantes podem conferir todos os trabalhos que o artista fez ao longo de 2010. Ótima oportunidade para conhecer melhor o artista que contribuiu para que “Estandarte” fosse um disco completo.
Antes de conferir a exposição, que tal saber um pouco mais de como foi feito o trabalho em “Estandarte”? Aproveitamos para bater um papo com o Rafael e ele nos contou como foi esse processo. Vale a pena ler!
Equipe Skank: Rafael, como é o processo de criação da identidade visual de um álbum?
Rafael Silveira: Começa com uma vasta pesquisa de referências, depois vem algumas definições conceituais e estéticas. A partir disso, dezenas e dezenas de sketchs até chegar nas ideias e, a partir daí, começa o processo de execução das obras propriamente ditas.
Equipe Skank: Como foi esse trabalho com o Estandarte?
Rafael Silveira: O processo começou quando eu visitei a banda em estúdio. Pude ouvir alguma coisa do álbum e sentir o clima. Fiquei surpreso com o tamanho rigor técnico e artístico, o cuidado com detalhes, como amplificadores e instrumentos antigos para atingir o timbre exato, gravadores com deck de rolo, entre outras coisas… Isso já foi parte da inspiração. A banda tem uma energia muito positiva e uma elegância retrô em sua estética, que casou muito com as referências que eu gosto de trabalhar. Além disso, eles me deram muita liberdade para criar, e isso foi fundamental para chegar num resultado como o de Estandarte.
Equipe Skank: Quais foram as suas inspirações?
Rafael Silveira: Além de conceitos mais abrangentes ligados à música, eu procurei explorar um pouco das sensações que tive no estúdio, quando acompanhei parte do processo de gravação. Havia, por exemplo, uma sala repleta de belos amplificadores antigos. Foi dali que saiu a ideia do cenário da capa do disco, um skyline urbano formado por rádios e amplificadores.
Equipe Skank: Você pode explicar o conceito da criação?
Rafael Silveira: Procurei dar uma cara bem orgânica ao material visual, explorando texturas de papéis antigos, e pinceladas evidentes em alguns momentos. Além disso, tem também algumas características bem próprias do meu trabalho, que é uma certa dose de humor, de surrealismo, de pop, de cartoon.
Equipe Skank: A imagem da capa tem algum significado especial?
Rafael Silveira: Não acredito que uma obra deva ficar presa a um significado específico. Penso que parte da riqueza de uma obra de arte é justamente como cada pessoa reage a ela, essas diferentes percepções são muito mais interessantes do que “engessar” a criatividade do espectador com um “significado oficial”. Mas posso dar uma pista. A ideia partiu de um desafio que me propus: representar figurativamente a complexa e abstrata experiência sensorial de ouvir um álbum de uma grande banda.
Não percam a oportunidade de visitar a exposição!
Serviço:
Exposição “Curiosa Symphonia Para Orquestras de Cores e Formas”.
Dias: de 1º de fevereiro a 12 de março de 2011.
Endereço: Rua João Moura, 997 – Pinheiros, SP
Horário: de terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Telefone: (11) 3061-4051
Entrada gratuita.